Accirs nos 90 Anos do Cinema Capitólio
No dia 12 de outubro, Porto Alegre celebra os 90 anos de existência de um grande cinema de rua, o Cine Theatro Capitólio, que depois de permanecer durante duas décadas fechado, em março de 2015 reabriu restaurado e readaptado com o nome de Cinemateca Capitólio Petrobras e a função de ser também um espaço de preservação da memória do cinema gaúcho. Para marcar o aniversário, a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura e a Fundacine RS, responsáveis pela gestão do Capitólio, localizado na Rua Demétrio Ribeiro, 1085, realizam uma programação especial, ao longo do mês de outubro.
A Accirs integra-se às atividades com um debate sobre a preservação dos cinemas de rua, no dia 20 de outubro, às 18h. Aberta ao público em geral, contará com a presença de João Luiz Vieira, professor da Universidade Federal Fluminense, pesquisador e organizador do livro Rio 450 Anos de Cinema, e da historiadora Alice Trusz, autora dos livros Verdes anos. Memórias de um filme e de uma geração e Entre lanternas mágicas e cinematógrafos: as origens do espetáculo cinematográfico em Porto Alegre. Antes do debate será exibido o filme Bancando o Águia (1924), de Buster Keaton.
A programação de aniversário inclui várias atrações ao longo de outubro. Até o dia 12, no horário das 20h, está em exibição o espetáculo Das Cinzas Coração, com direção de Jéferson Rachewsky, que combina cinema e teatro inspirado nas comédias cinematográficas dos anos 1920. O músico Arthur de Faria executa ao vivo uma trilha sonora para um quadro cômico protagonizado por Rachewsky e a atriz Sybil Seely, seguido da exibição de um clássico de Buster Keaton.
No dia 12 de outubro, data do aniversário do Cine Theatro Capitólio, será exibido, às 21h, o filme de inauguração da sala, em 1928, a produção francesa Casanova (1927), de Alexandre Volkoff, considerado um dos títulos mais ousados do cinema silencioso. Estrelado pelo célebre ator russo Ivan Mosjoukine, Casanova notabilizou-se como a primeira grande produção a levar para as telas a vida do conquistador Giacomo Casanova.
A partir de 13 de outubro, a mostra Obras-Primas de 1928 exibe dez grandes filmes realizados no ano da abertura do Cine Theatro Capitólio: A Turba, de King Vidor, A Paixão de Joana d’Arc, de Carl Theodor Dreyer, Braza Dormida, de Humberto Mauro, O Homem das Novidades, de Buster Keaton e Edward Sedgwick, A Queda da Casa de Usher, de Jean Epstein, O Circo, de Charles Chaplin, Solidão, de Pál Fejős, A Montanha do Tesouro, de Aleksandr Dovjenko, A Concha e o Clérigo, de Germaine Dulac, e Vento e Areia, de Victor Sjöström.
Também foram programadas três sessões de pré-estreias, com a presença das equipes dos filmes: os longas gaúchos A Cidade dos Piratas, de Otto Guerra (no dia 13 de outubro), e Música Para Quando as Luzes se Apagam, de Ismael Caneppele (no dia 21 de outubro), e o longa português Djon África (no dia 15 de outubro), com a presença do diretor João Miller Guerra e do ator Miguel Moreira, este em parceria com a distribuidora Vitrine Filmes, habitual colaboradora da Cinemateca Capitólio Petrobras.
Também se destaca na programação a exibição dos filmes premiados na Mostra Gaúcha de Curtas do Festival de Gramado – Um Corpo Feminino, Fè Mye Tale, Sem Abrigo, Grito, Mulher Ltda, Nós Montanha, Abismo e A Formidável Fabriqueta de Sonhos Menina Betina –, que serão debatidos por seus diretores no dia 14 de outubro. A sessão acontece em parceria com a APTC-RS.
No dia 25 de outubro, o Programa de Alfabetização Audiovisual, braço educativo da Cinemateca Capitólio Petrobras, promove uma visita de escolas da Rede Municipal de Educação ao prédio e ao acervo, seguida pela exibição do filme O Saci (1951), de Rodolfo Nanni, com apoio do CTAv – Centro Técnico do Audiovisual.
Em 27 de outubro, Dia Mundial da Preservação Audiovisual, serão realizadas duas sessões especiais: Sinfonia Amazônica (1951), de Anélio Latini Filho, primeiro longa de animação realizado no Brasil, e o longa experimental Pontal da Solidão (1974), de Alberto Ruschel, em comemoração ao centenário de nascimento do ator e diretor gaúcho, aqui em sua única incursão na direção. Ainda na área da preservação audiovisual, principal missão do renovado Capitólio, no dia 13 de outubro acontece o resgate histórico de Novos Horizontes, longa-metragem de Ítalo Mangeroni Leopoldis realizado em 1934, que será debatido pela historiadora e pesquisadora Alice Trusz.
O Projeto Raros, tradicional sessão da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia que celebrou sua 200ª edição em 2018, ganha uma edição luxuosa, realizada com o apoio do Instituto Moreira Salles, com a exibição de Trás-os-Montes (1976), filme mítico do cinema moderno português, realizado por António Reis e Margarida Cordeiro, que será mostrado no dia 19 de outubro, às 20h, com cópia em DCP restaurada pela Cinemateca Portuguesa.
E, também, o Centro de Documentação e Memória da Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta exposição sobre a trajetória da tradicional sala de cinema, com cartazes de filmes ali exibidos ao longo dos anos, documentos, equipamentos e a projeção de depoimentos de diferentes personagens ligados à história do espaço e à sua restauração, registrados pelo cineasta Beto Souza, e editados por alunos do Curso de Realização Audiovisual da Unisinos.
A programação completa com horários pode ser conferida no site da Cinemateca Capitólio