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Publicado por em out 8, 2018 em Notícias |

Accirs nos 90 Anos do Cinema Capitólio

No dia 12 de outubro, Porto Alegre celebra os 90 anos de existência de um grande cinema de rua, o Cine Theatro Capitólio, que depois de permanecer durante duas décadas fechado, em março de 2015 reabriu restaurado e readaptado com o nome de Cinemateca Capitólio Petrobras e a função de ser também um espaço de preservação da memória do cinema gaúcho. Para marcar o aniversário, a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura e a Fundacine RS, responsáveis pela gestão do Capitólio, localizado na Rua Demétrio Ribeiro, 1085, realizam uma programação especial, ao longo do mês de outubro.

Cinemateca capitolio dentro

Sala de exibição da Capitólio

A Accirs integra-se às atividades com um debate sobre a preservação dos cinemas de rua, no dia 20 de outubro, às 18h. Aberta ao público em geral, contará com a presença de João Luiz Vieira, professor da Universidade Federal Fluminense, pesquisador e organizador do livro Rio 450 Anos de Cinema, e da historiadora Alice Trusz, autora dos livros Verdes anos. Memórias de um filme e de uma geração e Entre lanternas mágicas e cinematógrafos: as origens do espetáculo cinematográfico em Porto Alegre. Antes do debate será exibido o filme Bancando o Águia (1924), de Buster Keaton.

A programação de aniversário inclui várias atrações ao longo de outubro. Até o dia 12, no horário das 20h, está em exibição o espetáculo Das Cinzas Coração, com direção de Jéferson Rachewsky, que combina cinema e teatro inspirado nas comédias cinematográficas dos anos 1920. O músico Arthur de Faria executa ao vivo uma trilha sonora para um quadro cômico protagonizado por Rachewsky e a atriz Sybil Seely, seguido da exibição de um clássico de Buster Keaton.

Casanova

Filme Casanova inaugurou a sala em 1928

No dia 12 de outubro, data do aniversário do Cine Theatro Capitólio, será exibido, às 21h, o filme de inauguração da sala, em 1928, a produção francesa Casanova (1927), de Alexandre Volkoff, considerado um dos títulos mais ousados do cinema silencioso. Estrelado pelo célebre ator russo Ivan Mosjoukine, Casanova notabilizou-se como a primeira grande produção a levar para as telas a vida do conquistador Giacomo Casanova.

A partir de 13 de outubro, a mostra Obras-Primas de 1928 exibe dez grandes filmes realizados no ano da abertura do Cine Theatro Capitólio: A Turba, de King Vidor, A Paixão de Joana d’Arc, de Carl Theodor Dreyer, Braza Dormida, de Humberto Mauro, O Homem das Novidades, de Buster Keaton e Edward Sedgwick, A Queda da Casa de Usher, de Jean Epstein, O Circo, de Charles Chaplin, Solidão, de Pál Fejős, A Montanha do Tesouro, de Aleksandr Dovjenko, A Concha e o Clérigo, de Germaine Dulac, e Vento e Areia, de Victor Sjöström.

Também foram programadas três sessões de pré-estreias, com a presença das equipes dos filmes: os longas gaúchos A Cidade dos Piratas, de Otto Guerra (no dia 13 de outubro), e Música Para Quando as Luzes se Apagam, de Ismael Caneppele (no dia 21 de outubro), e o longa português Djon África (no dia 15 de outubro), com a presença do diretor João Miller Guerra e do ator Miguel Moreira, este em parceria com a distribuidora Vitrine Filmes, habitual colaboradora da Cinemateca Capitólio Petrobras.

Também se destaca na programação a exibição dos filmes premiados na Mostra Gaúcha de Curtas do Festival de Gramado – Um Corpo Feminino, Fè Mye Tale, Sem Abrigo, Grito, Mulher Ltda, Nós Montanha, Abismo e A Formidável Fabriqueta de Sonhos Menina Betina –, que serão debatidos por seus diretores no dia 14 de outubro. A sessão acontece em parceria com a APTC-RS.

No dia 25 de outubro, o Programa de Alfabetização Audiovisual, braço educativo da Cinemateca Capitólio Petrobras, promove uma visita de escolas da Rede Municipal de Educação ao prédio e ao acervo, seguida pela exibição do filme O Saci (1951), de Rodolfo Nanni, com apoio do CTAv – Centro Técnico do Audiovisual.

Em 27 de outubro, Dia Mundial da Preservação Audiovisual, serão realizadas duas sessões especiais: Sinfonia Amazônica (1951), de Anélio Latini Filho, primeiro longa de animação realizado no Brasil, e o longa experimental Pontal da Solidão (1974), de Alberto Ruschel, em comemoração ao centenário de nascimento do ator e diretor gaúcho, aqui em sua única incursão na direção. Ainda na área da preservação audiovisual, principal missão do renovado Capitólio, no dia 13 de outubro acontece o resgate histórico de Novos Horizontes, longa-metragem de Ítalo Mangeroni Leopoldis realizado em 1934, que será debatido pela historiadora e pesquisadora Alice Trusz.

O Projeto Raros, tradicional sessão da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia que celebrou sua 200ª edição em 2018, ganha uma edição luxuosa, realizada com o apoio do Instituto Moreira Salles, com a exibição de Trás-os-Montes (1976), filme mítico do cinema moderno português, realizado por António Reis e Margarida Cordeiro, que será mostrado no dia 19 de outubro, às 20h, com cópia em DCP restaurada pela Cinemateca Portuguesa.

E, também, o Centro de Documentação e Memória da Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta exposição sobre a trajetória da tradicional sala de cinema, com cartazes de filmes ali exibidos ao longo dos anos, documentos, equipamentos e a projeção de depoimentos de diferentes personagens ligados à história do espaço e à sua restauração, registrados pelo cineasta Beto Souza, e editados por alunos do Curso de Realização Audiovisual da Unisinos.

A programação completa com horários pode ser conferida no site da Cinemateca Capitólio