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Publicado por em set 2, 2022 em Destaque, Notícias |

Nota de repúdio à MP que adia a Lei Paulo Gustavo e à proposta de extinção da Condecine

Nota de repúdio à MP que adia a Lei Paulo Gustavo e à proposta de extinção da Condecine

A Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (Accirs) vem a público manifestar seu repúdio às recentes decisões do governo de Jair Bolsonaro que colocam em risco a manutenção profissional da indústria do cinema e do audiovisual no Brasil. A publicação da Medida Provisória 1135 (que adia para 2023 repasses da União a entes federativos para apoio aos setores culturais em razão da pandemia de Covid-19, retirando inclusive a obrigatoriedade do repasse de valores) e a proposição, por meio do plano orçamentário para 2023, de extinguir a Condecine (contribuição paga pelas empresas ligadas ao audiovisual e às telecomunicações que financia a atividade cinematográfica no Brasil) são decisões preocupantes que, se implementadas, desestabilizarão um segmento simbolicamente essencial e economicamente pujante da cultura brasileira. Os valores do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), operados pela Ancine, decorrem diretamente da Condecine. É justamente no superávit financeiro do FSA e do Fundo Nacional de Cultura (FNC) que tem origem o orçamento ligado à Lei Paulo Gustavo, uma das mais importantes políticas...

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Publicado por em set 1, 2022 em Críticas, Festival de Gramado |

Afeto e diversidade no novo cinema brasileiro, por Luiz Carlos Merten

Afeto e diversidade no novo cinema brasileiro, por Luiz Carlos Merten

Noites Alienígenas, de de Sérgio de Carvalho – Divulgação. Havia dois grandes filmes na competição brasileira do 50º Festival de Gramado. Jubileu de ouro – 50 anos! Um desses filmes veio do Acre e, para muita gente, Gramado 50 marcou a descoberta dessa cinematografia ainda pouco conhecida, mas potente. Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho, baseado no romance do próprio diretor, venceu os Kikitos do júri oficial e da crítica. O outro destaque dessa edição foi o longa mineiro, de Contagem, Marte Um, de Gabriel Martins, que venceu o prêmio do público. Havia um filme belíssimo na Mostra Gaúcha, Cinco Casas, e já é mais do que tempo de Gramado começar a discutir uma reserva de mercado da produção regional em Gramado. O longa de Bruno Gularte Barreto poderia estar muito bem na competição principal. Na mostra estrangeira, brilhou o uruguaio 9, da dupla Martín Barrenechea/Nicolás Branca. Gramado orgulha-se de ser o festival mais longevo do país que nunca sofreu descontinuidade. Em suas diferente seções, espelhou a diversidade da...

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Publicado por em ago 31, 2022 em Destaque, Dossiês, Em destaque, Festival de Gramado |

Dossiê 50º Festival de Cinema de Gramado

Dossiê 50º Festival de Cinema de Gramado

Ao completar seus 50 anos, o Festival de Cinema de Gramado consagrou em sua programação a diversidade territorial e sociocultural do Brasil e de países sul-americanos, bem como a pluralidade temática, narrativa e estética comum ao cinema contemporâneo.  Foram exibidos filmes realizados em estados do Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além de obras co-produzidas por países como Uruguai, Argentina, Peru, Chile, México, Espanha e França. Após duas edições em formato multiplataforma (online e TV) devido à pandemia de Covid-19, o Festival de Gramado, por meio de seus curadores e comissões de seleção de filmes, se mostrou sensível aos anseios de nosso tempo. De forma geral, os títulos abordaram temas sociais e familiares, sobretudo nas periferias; a crise político-econômica e as precárias relações de trabalho em tempos pandêmicos; as mais variadas pautas identitárias; a potência do feminino, dos grupos LGBTQIA+, das culturas negras e indígenas. Além disso, houve diálogo entre filmes com estética-narrativa clássica e obras autorais, arrojadas e híbridas, com baixo orçamento e muita autenticidade. Noites Alienígenas, de...

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Publicado por em ago 30, 2022 em Artigos, Críticas, Festival de Gramado |

9: um filme sobre futebol sem futebol, de Victor Hugo Furtado

9: um filme sobre futebol sem futebol, de Victor Hugo Furtado

“9”, divulgação. Nos últimos anos, o futebol de alto nível, como qualquer outro esporte em sua potência máxima, vem demandando absurda concentração de seus adeptos. Muito por conta desse processo, a vida da maioria dos jogadores se divide entre trabalho e lazer, pura e simplesmente. Nesse preto e branco, raramente surgem zonas cinzas como Diego Maradona, Sócrates, Carlos Caszely e Éric Cantona. Em comum, esses e poucos outros não desperdiçam as portas que a riqueza lhes abre, mas utilizam de suas idolatrias para tratar de temas sociais, como preconceito e opressão política, por exemplo. Entretanto, ainda mais recentemente, uma outra “militância” tem se incorporado no imaginário esportivo. Figuras como Simone Biles, da ginástica olímpica, ou o próprio Neymar, da seleção brasileira de futebol, alegam exaustão e falta de opções próprias. Um dos mais celebrados longas do 50° Festival de Cinema de Gramado mergulha nessa temática. Exibido também em Mar del Plata, o poético 9 (2021) é um filme de futebol que não possui futebol, de fato, em sua narrativa...

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Publicado por em ago 30, 2022 em Artigos, Críticas, Festival de Gramado |

O poder da reconstrução da memória no Gauchão do Festival 50º Festival de Cinema de Gramado, por Maria Caú

O poder da reconstrução da memória no Gauchão do Festival 50º Festival de Cinema de Gramado, por Maria Caú

A seleção da competitiva de curtas-metragens gaúchos do Festival de Gramado, apelidada carinhosamente de “o Gauchão”, teve como destaque nesta 50ª edição os filmes de não ficção. Muito embora a seleção equilibrasse documentários e ficção (dos dezessete filmes selecionados, nove eram obras de não ficção, contra oito ficções), os documentários se revelaram mais potentes, apresentando propostas estéticas e narrativas mais ousadas. Quem acompanha os festivais nacionais tem notado há algum tempo que o documentário nacional, ao lado dos filmes de gênero híbrido, que caminham na linha tênue entre o documentário e a ficção, vem afirmando sua capacidade de reinvenção constante. Talvez porque hoje em dia, num Brasil de extremos, a necessidade de investigar o real se faz premente, assim como o desejo de resgatar a memória e revisitar o passado para compreender um presente opressor e imaginar futuros possíveis. Desse modo, o documentário surge como o caminho fértil que jovens cineastas escolhem trilhar para ajudar a reconstruir o cenário em ruínas da arte independe brasileira. E o que é...

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