Filmes que conquistaram o 50º Festival de Cinema de Gramado conferem face humana a tristes realidades brasileiras, por Carlos Helí de Almeida
“Tem coisas no Brasil que a gente não sabe se é para rir ou chorar”, reagiu Gabriel Martins, diretor de Marte Um, vencedor do prêmio especial do júri e do voto popular da 50ª edição do Festival de Gramado, durante a coletiva de imprensa de seu filme. Delicado e comovente drama familiar que expõe em suas entrelinhas as fraturas da sociedade brasileira contemporânea, o filme do realizador mineiro é um dos exemplos mais bem acabados do tipo de cinema que conquistou corações, mentes e (muitos) prêmios na histórica edição de aniversário da mostra gaúcha, realizada em agosto: aquele que expõe, por meio da ficção, fragmentos de realidades absurdas, muitas vezes trágicas, mas que, por serem quase normalizadas no dia a dia, até inspiraram o riso nervoso, como bem lembrou Martins. O recorte dos longas-metragens da competição foi particularmente rico na forma de abordagem de temas urgentes. É o caso de “A mãe”, estreia do documentarista Cristiano Burlan na ficção, uma crônica do estado mental de uma mãe em busca...
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