O paradoxo de “Raia 4”
Por Ivonete Pinto Há quem tenha achado “gauchice” o júri da crítica ter premiado Raia 4 na 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado. O festival é gaúcho, o júri é organizado por gaúchos, mas apenas dois dos cinco jurados eram do Rio Grande do Sul (havia até um chileno no grupo). A produção assinada por Emiliano Cunha também foi premiada com kikitos de Melhor Fotografia e Melhor Longa-Metragem da Mostra Gaúcha. A discussão quanto a um eventual favoritismo ficou deslocada, pois o que importa num possível questionamento é entender por que Raia 4 ganhou o prêmio da crítica e não o Pacarrete (Allan Deberton, 2019), o filme mais celebrado da edição e que efetivamente levou oito prêmios, entre eles o do júri oficial e do júri popular. Um dos critérios que costuma nortear as decisões dos júris da crítica é levar em conta o investimento em linguagem e a presença de uma estética em sintonia com um cinema contemporâneo arrojado, onde o risco é inerente. A crítica...
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