A opressão invisível em Arábia
Por Leonardo Bomfim, especial para o site da Accirs O retrato da esquerda em crise, em filmes contemporâneos e de outros tempos, marcou várias sessões da já distante edição de 2017 do BAFICI, Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires. Naquele momento, alguns dias na Argentina, ao lado de pessoas de vários cantos da América Latina, deixaram bem claro: compartilhamos a mesma saúde dos doentes. E se as pessoas adoecem, por que os filmes não adoeceriam? Mas felizmente surgiram alguns sinais de vida entre tantos lamentos e narrativas desoladas (o homenageado foi Nanni Moretti, com direito a sessão histórica de Palombela Rossa, a obra-prima definitiva sobre a crise de identidade da esquerda no final dos anos 1980, momento que me parece decisivo ainda hoje para compreendermos os nossos fracassos). A esperança nesse BAFICI curiosamente surgiu de dois países que não estão no mapa de qualquer expectativa positiva para o futuro num sentido social: China e Brasil. We the Workers e Arábia. As duas obras têm a petulância extremamente...
Leia Mais