As máscaras em que vivemos
Por Renato Cabral, especial para o site da Accirs A complexidade das relações entre pais e filhos não é novidade em qualquer cinematografia, seja ela americana, brasileira ou, como neste caso, a alemã. Novidade, talvez, seja a abordagem e visão desse tipo de relacionamento, o qual a diretora e roteirista Maren Ade apresenta de maneira tão excepcional em Toni Erdmann (2016), um drama familiar alemão travestido de comédia. Ines (Sandra Hüller) é uma mulher difícil, gélida e distante. Executiva de negócios e muitas burocracias, sua vida parece fundamentada no trabalho. Distanciada da família, esse mundo perfeito e asséptico que ela desenvolveu para manter essa lonjura é colocado em xeque com a visita de seu pai, Winfried (Peter Simonischek). Ele é extrovertido e nada sisudo. Mas parece representar um passado irregular, sem decisões e seriedade que Ines tanto almeja. Chutado pela filha, Winfried retorna tempos depois como seu alter-ego, Toni Erdmann, um mentiroso compulsivo. Subentende-se uma missão de Winfried em trazer uma certa ternura e leveza aos dias da filha...
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