Amantes inconstantes (Sobre o Exercício da Crítica Cinematográfica)
por Marcus Mello No início dos anos 80, não havia diretor mais incensado que o italiano Ettore Scola. Eu lembro bem, porque foi mais ou menos nessa mesma época que começou também minha conversão definitiva à cinefilia. Naquele tempo, Scola era um cineasta incontornável para qualquer cinéfilo que se prezasse. Com apenas 17 anos, eu próprio já havia assistido a Nós que Nos Amávamos Tanto (C´Eravamo Tanto Amati, 1974), Um Dia Muito Especial (Una Giornata Particolare, 1977) e Casanova e a Revolução (La Nuit de Varennes, 1982), três carros-chefe da filmografia de Scola. O melhor, porém, estava por vir. Em 1983, Scola estrearia O Baile (Le Bal), filme sem diálogos, no qual várias décadas de história da França eram contadas por meio dos encontros e desencontros de um grupo de personagens em um salão de baile. Não havia como discordar dos críticos: Scola era um gênio da sétima arte e O Baile, uma obra-prima indiscutível. Corte rápido. Início de 2008. Em sua coluna de filmes na TV no jornal...
Leia Mais