O Imaginário e a sociedade: cinema fantástico, Gramado e algumas reflexões
Por Isabel Wittmann, integrante do Júri da crítica Accirs/Abraccine do 48º Festival de Cinema de Gramado O ano de 2020 vai ficar na memória coletiva por sua anormalidade. Os acontecimentos se empilham com um senso de estranheza: as manchas de óleo, os gafanhotos, as queimadas, a pandemia, as eleições. Esses eventos têm um que de apocalípticos ou distópicos quando enfileirados dessa forma. E em meio a isso tudo, os festivais de cinema seguiram, em formato on-line. É o caso do 48º Festival de Cinema de Gramado, que ocorreu entre 18 e 26 de setembro. Os resultados da mudança de formato ainda virão: sem as conversas nos corredores, sem as trocas entre sessões, porém acessível a muito mais pessoas. Parece clara a relação entre esse continuado clima de estranheza e os filmes fantásticos, sejam de fantasia, terror ou ficção científica, que fizeram parte da seleção. O Brasil e o mundo vêm passando, nos últimos anos, por uma guinada política para o conservadorismo. Enquanto as pessoas perdem direitos, suas vivências e...
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