Martín Desalvo e o Jaguaretê
Por Caroline Zatt da Silva, integrante do Júri da crítica Accirs/Abraccine do 48º Festival de Cinema de Gramado A simbologia de um animal como protagonista em El silencio del cazador. Assim como um caçador em meio à selva põe-se à espreita e segue rastros da sua presa, do mesmo modo o grande protagonista do longa argentino El Silencio del cazador é apresentado ao espectador pelo diretor e roteirista Martín Desalvo: por vestígios (de inspiração derridiana?). Nem mesmo seu nome é dado corretamente pelos diálogos do filme, poucas vezes, o chamam erroneamente de tigre. Posto que um animal feroz estaria atacando rebanhos da região, dá-se a entender que um confronto antigo retorna ao presente: o guarda florestal que quer proteger a fauna do parque e o fazendeiro-herdeiro que anseia defender seus interesses econômicos. No passado, a briga entre eles foi por uma mulher: a médica rural Sara, que foi namorada de Polaco, o descendente dos colonizadores brancos, e hoje é casada com Guzmán, filho de um migrante paraguaio trabalhador. Percebe-se...
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