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Publicado por em set 9, 2018 em Destaque |

Festival de Loucuras

Festival de Loucuras

por Paulo Casanova, para o site da ACCIRS A 46ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou com uma boa notícia: as sessões iniciariam uma hora mais cedo! Após anos reclamando com Deus, todo mundo e até com o pároco da Igreja São Pedro, os organizadores decidiram atender aos reclames dos críticos, entre muitos outros, e passaram a iniciar as sessões de exibição uma hora antes em relação à tradição. As sessões noturnas começaram às 18 horas ao invés das tradicionais 19 horas. O resultado foi espectadores noturnos felizes, especialmente os críticos, que puderam jantar em paz durante praticamente todo o Festival. Hurrah! De barriga cheia e boa vontade, este crítico encarou a maratona típica do Festival: filmes em competição, palestras, debates, mostras não-competitivas e as homenagens. Tudo pontual e correto. Porém, toda a boa vontade do mundo não escondeu o desconforto com dois filmes selecionados para a competição que desistiram do Festival, colocando os curadores na posição incômoda de trocar às pressas os filmes fujões por outros, antes...

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Publicado por em set 3, 2018 em Artigos, Destaque, Festival de Gramado |

As possibilidades da animação como relato

As possibilidades da animação como relato

por Gabriel Carneiro, integrante do Júri da Crítica do 46º Festival de Cinema de Gramado, especial para o site da ACCIRS A cada ano, fica mais evidente o salto que a animação brasileira deu a partir do momento que se passou a incentivá-la em políticas culturais, ainda que timidamente. No último Festival de Cinema de Gramado, as animações representaram o corpo de trabalho mais interessante. Tanto o longa A cidade dos piratas (2018), de Otto Guerra, quanto os curtas-metragens Torre (2017), de Nádia Mangolini, e Guaxuma (2018), de Nara Normande, utilizam a técnica animação com bastante inventividade para imaginar narrativas documentais. Se Torre, considerado o melhor curta pela crítica e pelo público, aposta nas possibilidades do desenho para dar voz a personagens reais obscurecidos pela ditadura militar brasileira, Guaxuma, melhor curta pelo júri oficial, e A cidade dos piratas canalizam questões e dramas pessoais, seja de maneira afetuosa sobre a relação da diretora com uma amiga de infância, no primeiro caso, seja com bastante ironia e humor negro no segundo...

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Publicado por em set 3, 2018 em Artigos, Destaque |

Dois bons longas em Gramado 2018

Dois bons longas em Gramado 2018

por Sergio Alpendre, integrante do Júri da Crítica no 46º Festival de Cinema de Gramado, especial para o site da ACCIRS Recorte é recorte. Se é pessoal, não tem como ser totalmente objetivo. Algo do gosto de cada curador estará presente, compondo uma seleção em que é praticamente impossível ter só filmes bons, segundo o olhar de um outro. Tendo um bom, entre oito, dez, doze ou quinze, já vale a viagem. Pois os filmes bons são raros, sempre foram, e um festival que acompanha um cenário contemporâneo fatalmente exibirá mais filmes ruins do que bons. É inevitável. E o 46º Festival de Gramado nos brindou com dois bons longas brasileiros (um deles, na verdade, muito bom). Dois belos e distintos exemplos do que podemos fazer de melhor. Um é trôpego, anárquico, crítico e autocrítico, sarcástico e sujo. O outro é redondinho, mas com arestas muito bem controladas e atenção rara aos detalhes do cotidiano. Um é dirigido por um cineasta já bem conhecido do público, e mistura animação...

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Publicado por em ago 28, 2018 em Destaque, Notícias, Sessão ACCIRS |

Sessão ACCIRS abre com a exibição de O Espelho

Sessão ACCIRS abre com a exibição de O Espelho

Um dos eventos em comemoração aos 10 anos da Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS) em 2018 é o retorno da Sessão ACCIRS, desta vez como um ciclo de exibições comentadas com periodicidade bimestral e itinerância no circuito exibidor do Estado. O projeto conta com curadoria do membro da ACCIRS, crítico e programador da Cinemateca Capitólio, Leonardo Bomfim. As sessões do primeiro ciclo iniciam no dia 4 de setembro, às 19h na Sala Redenção com a exibição de O Espelho, do cineasta iraniano Jafar Panahi, com comentários de Ivonete Pinto (UFPel, Teorema – Crítica de Cinema). A seleção de filmes estabelece olhares diversificados para o cinema, propondo uma reflexão sobrea linguagem nestes tempos de constantes mudanças nas relações entre a produção e o consumo de imagens. Estão ainda no programa os filmes Os Dias com Ele e O Desprezo. Confira abaixo a programação completa. 4 de setembro  – 19h O Espelho, de Jafar Panahi Local: Sala Redenção – UFRGS (Av. Eng. Luiz Englert s/n,...

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Publicado por em mar 7, 2018 em Destaque |

As mulheres e a crítica de cinema

As mulheres e a crítica de cinema

Por Bianca Zasso, jornalista de Santa Maria e integrante do Elviras Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema, especial para o site da Accirs. A biografia da maioria dos críticos de cinema não costuma variar muito. A grande maioria descobriu cedo a paixão pelo cinema e, ou por acaso ou por persistência, fez da análise de filmes a razão de seu trabalho. Outra semelhança é que o nascimento da cinefilia em suas vidas veio acompanhado da admiração por um crítico. Todos temos nossos mestres, com a crítica de cinema não seria diferente. Em tempos como os que vivemos, em que questões relativas à representatividade são um assunto debatido nos mais variados lugares e com as mais diferentes intensidades, fico me perguntando como foi o início da trajetória de Elvira Gama. Aos desavisados, Elvira Gama foi a primeira mulher a dedicar-se a escrever sobre imagens em movimento e que, entre 1894 e 1895, assinou uma coluna chamada Kinetoscópio no Jornal do Brasil. Não deve ter sido nada fácil aventurar-se num ambiente...

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Publicado por em jan 23, 2018 em Artigos, Destaque |

Ver, rever e repensar

Ver, rever e repensar

Por Leonardo Bomfim, curador da mostra Cinema da América do Sul, realizada na Cinemateca Capitólio, de 7 a 20 de dezembro de 2017, especial para o site da Accirs. Existe algum monstro hoje que parece nos obrigar a dar o veredito final sobre quaisquer e todas as coisas. Como diz uma amiga, a impressão é de alguém está com uma arma apontada para a nossa cabeça na frente do computador. Com o cinema, naturalmente, não é diferente. Se fosse paixão, a beleza das certezas permaneceria intacta, mas a arrogância parece tomar conta de um novo tipo de dandismo, um dandismo essencialmente seguro: asséptico. Esse tipo de postura sempre existiu, mas hoje parece ainda mais afetada e vazia, das resenhas sarcásticas, as notas e estrelinhas imediatas, os comentários definitivos. No instante em que o filme acaba, muitas vezes visto em condições nada apropriadas, tudo já está evidente: e morto. Fica a pergunta: o quanto essa postura pode ser não apenas injusta com uma obra de arte, mas com a nossa...

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