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Publicado por em fev 28, 2020 em Artigos |

Crítica: Morto não fala

Por Chico Izidro

Morto Não Fala é o primeiro longa-metragem da carreira de Dennison Ramalho, e é um filme de terror brasileiro que surpreende. A obra é adaptada de um livro de Marco de Castro, e traz um protagonista que tem o poder, ou seria maldição, de falar com os mortos?

O sempre ótimo Daniel de Oliveira (Cazuza e Aos Teus Olhos) vive Stênio, funcionário do IML à noite. Sua rotina é de ver cadáveres e eles falam com ele, seja lamentando as mortes, seja contando detalhes de suas vidas. Em casa, pai de dois filhos e casado com Odete (Fabiula Nascimento), que não suporta Stênio e seu cheiro.

Um dia, Stênio descobre que está sendo traído pela mulher, que tem um caso com o dono da vendinha local, Jaime (Marco Ricca). E no trabalho, recebe um novo cadáver, de um traficante. E ao “bater papo” com o morto, tem uma ideia – o de culpar Jaime pela morte do bandido.

Daí em diante, a trama se transforma em um filme de fantasmas – não dá para contar mais, para evitar o spoiler. Mas “Morto Não Fala” fica assustador, com um espírito se achando injustiçado decidindo transformar a vida de Stênio em um inferno, e ameaçar seus entes queridos.

O único problema do filme, que se passa quase em sua maior parte na periferia de São Paulo e conta com vários atores gaúchos (a produção é da Casa de Cinema de Porto Alegre) são os efeitos especiais – os mortos têm os rostos digitais inseridos nos corpos dos atores, e o resultado ficou muito aquém. Mas isso não diminui a obra.