Dossiê :: Prêmio ACCIRS 2015
Os Melhores de 2015
*Por Mônica Kanitz, presidente da Associação de Críticos de Cinema do RS
Escolher o melhor filme do ano nunca é uma tarefa fácil. Parte-se de uma lista com centenas de opções para chegar a um único título, a obra-prima da temporada. No caso da eleição da ACCIRS, a votação acontece em duas etapas: na primeira, cada crítico associado indica três títulos; na sequência, entre os três mais votados, sai o filme vencedor. Além do melhor longa estrangeiro e do melhor brasileiro, os críticos gaúcho ainda escolhem um destaque local, que podem ser um filme, um festival, uma instituição ou qualquer outra iniciativa que valorize o cinema do Rio Grande do Sul.
Nossa votação para os melhor estrangeiro de 2015 consagrou Mad Max: Estrada da Fúria, o vertiginoso longa de George Miller que deu sequência à trilogia dos anos 1980. Como comentei lá no início, nada é unânime. A discussão entre os críticos foi intensa por conta da diversidade do trio de filmes que foi para a final, fechando com o experimental Adeus à Linguagem, do mestre francês Jean-Luc Godard, e o instigante Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), do mexicano Alejandro González Inãrritu, nada menos que o vencedor do Oscar no ano passado. Mas, afinal, uma associação de críticos pode premiar um filme considerado um blockbuster? Entre sequências espetaculares de ação e violência, quais características de Mad Max: Estrada da Fúria levaram os críticos gaúchos – e também várias outras associações, ressalto aqui – a apontá-lo como o melhor filme de 2015? Estas questões geraram um debate caloroso entre os sócios da ACCIRS e se refletem nos textos que seguem. Cabe ao público, também, julgar nossa decisão.
Entre os longas nacionais, a escolha recaiu sobre Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, sem dúvida o filme mais comentado e um dos mais vistos do ano (foram cerca de 500 mil espectadores apenas nos cinemas). E como resistir à excelente atuação de Regina Casé? E como não concordar com a crítica do filme à realidade sociocultural do país onde vivemos?. Se o longa estrangeiro rendeu uma longa discussão, não houve discordâncias em relação à produção nacional. Em segundo lugar ficou Branco Sai, Preto Fica, um filme-denúncia contundente sobre a violência e o preconceito racial no Brasil, seguido do sensível Ausência, de Chico Teixeira, vencedor do Festival de Gramado em 2015.
O destaque gaúcho, que leva o nome do saudoso crítico Luiz Cesar Cozzati, foi para a Cinemateca Capitólio, instituição da Prefeitura de Porto Alegre. Depois de uma década de reformas intermináveis, o velho cinema da esquina da Borges com a Demétrio Ribeiro reabriu suas portas em março de 2015, lindamente recuperado. Além da sala com 164 lugares, o espaço oferece biblioteca, ambiente de exposições e instalações apropriadas para abrigar a memória do cinema gaúcho. Sem dúvida, um grande presente para Porto Alegre e para os cinéfilos. Entre as indicações gaúchas também se destacaram o longa Beira-Mar, primeiro filme da dupla Márcio Reolon e Filipe Matzembacher, que construiu uma carreira vitoriosa e elogiada desde o Festival de Berlim, onde foi exibido pela primeira vez; e, em terceiro lugar, o documentário Filme Sobre um Bom Fim, de Boca Migotto, um passeio necessário sobre as histórias e a importância do bairro mais “cult” de Porto Alegre.
Boa leitura e bons filme a todos! E que venham os melhores de 2016!!
PRÊMIO ACCIRS 2015
Entrevista com a presidente da ACCIRS sobre os melhores de 2015 para os críticos gaúchos, por Rodrigo de Oliveira e Monica Kanitz
Programa Alta Fidelidade, Unisinos FM, 13 de janeiro de 2016
PRÊMIO LUIZ CÉSAR COZZATTI – DESTAQUE GAÚCHO:
Cinemateca Capitólio
Após mais de 10 anos de obras, Cinemateca Capitólio será inaugurada nesta sexta, por Daniel Feix
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Sala de calçada do Capitólio terá cinema autoral com pegada pop, por Daniel Feix
Zero Hora, 27 de março de 2015
História viva: Goida lembra sessões do Capitólio em décadas passadas, por Hiron Goidanich
Zero Hora, 27 de março de 2015
MELHOR LONGA BRASILEIRO:
Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
Que Horas Ela Volta?, por Willian Silveira
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43° Festival de Cinema de Gramado: Primeiro Dia, por Yuri Correa
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Sobre “Que Horas Ela Volta?”, por Siliane Vieira
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Crítica | Que Horas Ela Volta?, por Gisele Santos
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Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, por André Kleinert
Anti-Dicas de Cinema: o blog cinematográfico de André kleinert, 09 de setembro de 2015
Após estreia discreta, “Que Horas Ela Volta?” vira fenômeno popular, por Daniel Feix
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“Recebo mensagens sobre o filme a cada cinco minutos”, diz diretora de “Que Horas Ela Volta?”, por Daniel Feix
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Que Horas Ela Volta? – Variações sobre o mesmo tema, por Giordano Gio
Zinematógrafo, 8 de janeiro de 2016
MELHOR LONGA ESTRANGEIRO:
Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller
Side Quest Review: Mad Max – Estrada da Fúria, por Misael Lima
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Videocast #140 :: Mad Max: Estrada da Fúria, por Robledo Milani e Rodrigo de Oliveira
Papo de Cinema, 14 de maio de 2015
Mad Max: Estrada da Fúria, por Thomás Boeira
Linguagem Cinéfila, 14 de maio de 2015
Mad Max: Estrada da Fúria, por Yuri Correa
Classe de Cinema, 15 de maio de 2015
Mad Max: A Estrada da Fúria, de George Miller, por André Kleinert
Anti-Dicas de Cinema: o blog cinematográfico de André kleinert, 19 de maio de 2015
Hollywood vive. Hollywood morre. Hollywood vive de novo., por Giordano Gio
Zinematógrafo, 08 de janeiro de 2016